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"Você pode aleijar três ou quatro numa tarde… É um hobby bem caro."

Especialistas confirmam a crueldade do rodeio!





Em termos de Ciência Social e de História, ao longo de toda a história da civilização, sabe-se que a dor, o sofrimento e a morte do próximo (ser humano) ou de animais não humanos sempre despertaram a atração, a curiosidade e o divertimento de uma parcela de seres humanos que obtêm satisfação no sofrimento alheio (sadismo). A execução pública de penas capitais e de tortura (fuzilamento, enforcamento, decapitação, estripação, empalamento e outros) sempre reuniram multidões de seres humanos, assim como o divertimento público envolvendo animais não humanos e humanos ou humanos e humanos, como no “circo” de Roma (onde 50.000 pessoas lotavam o Coliseu para assistir aos animais famintos devorando outros animais famintos ou os próprios seres humanos, que a eles eram oferecidos, sendo devorados como única alimentação disponível). Como já alertava o renomado jurista italiano, fundador do Direito Penal moderno, Cesare Beccaria (1738 – 1794), em seu livro “Dos Delitos e Das Penas”:

“Para a maioria dos que assistem à execução de um criminoso, o suplício deste é apenas um espetáculo; para a minoria, é um objeto de piedade mesclado de indignação”!
Com o passar do tempo, a História demonstrou que esse sadismo social, apesar de manter a população à mercê daqueles que se beneficiavam com a distração pública (“política do circo”), prejudicava a formação de cidadãos comprometidos com as virtudes éticas e morais capazes de constituir a autêntica humanidade. Logo se percebeu que a “violência gera violência” (adágio popular) e que pessoas acostumadas com a desconsideração do outro (ser vivo) acabavam por perder o respeito pela vida e seus inerentes e intrínsecos atributos e valores. Estudos recentes demonstram que as pessoas acostumadas com práticas cruéis ou violentas contra animais não humanos, normalmente, não se sensibilizam pelo sofrimento e pelas necessidades básicas de seu semelhante (ser humano), motivo pelo qual se transformam em potenciais agentes de violência no meio social.
Eis aqui o ponto mais importante do tema. Todas essas práticas cruéis e bárbaras, que de certa forma, fizeram parte da história da humanidade, foram cedendo em razão do surgimento de gerações de direitos voltadas à garantia de valores considerados essenciais e primordiais para o resgate da humanidade. Somente práticas que não atentem contra essa autêntica humanidade podem ser consideradas aptas a alcançar o status cultural de uma sociedade, pois, caso contrário, poderíamos defender a ignóbil e desarrazoada tese de que devemos legitimar o homicídio ou a prática do “olho por olho, dente por dente”, já que sempre estiveram presentes na cultura dos povos!

Evidente, portanto, que a evolução e o desenvolvimento da humanidade, em si, tem como base concreta o respeito e garantia do direito à vida, à integridade física, ao bem-estar, dentre outros. Valores verdadeiramente humanos como a compaixão e o respeito pelos seres vivos e sencientes (humanos ou não) devem ser cultivados e fomentados já que não atentam contra a humanidade, mas permitem a sua verdadeira plenitude.
Nesse sentido, já em 1978, em Bruxelas, quando da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, publicada em assembléia da UNESCO, foi reconhecido que “Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem” (art. 10).

Mas não foi só, houve avanços no meio social, especialmente na esfera legislativa, em inúmeros países e cidades do mundo, de modo a obstar o retorno à barbárie, à crueldade e ao completo desrespeito e desconsideração pelos animais não humanos, que nutriam o sadismo dos seres humanos. Em 1988, a primeira constituição brasileira a ganhar um capítulo dedicado exclusivamente ao meio ambiente definiu, claramente, que os valores inerentes à vida e à integridade física dos animais não humanos devem ser preservados e protegidos pelo Poder Público, em todos os níveis (Federal, Estadual e Municipal), proibidas, expressamente, as práticas que submetam aqueles à crueldade (art. 225, VII).

Apesar de muitas pessoas desinformadas crerem que inexista crueldade nos rodeios, não é isso que afirmam os profissionais especialistas. A professora Júlia Matera, Presidenta da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, no Parecer Técnico sobre a potencialidade lesiva de sedém, peiteiras, choques elétricos e mecânicos e esporas utilizados em cavalos e bois nos rodeios, afirmou em laudo científico:

“A utilização de sedém, peiteiras, choques elétricos ou mecânicos e esporas gera estímulos que produzem dor física nos animais, em intensidade correspondente à intensidade dos estímulos. Além da dor física, esses estímulos causam também sofrimento mental aos animais, uma vez que eles têm capacidade neuropsíquica de avaliar que esses estímulos lhes são agressivos, ou seja, perigosos à sua integridade”.


Também é importante fazer referência ao estudo da Dra. Irvênia Luiza de Santis Prada, Professora Titular Emérita de anatomia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, in “Diversão humana e sofrimento animal – Rodeio”: “O sedém é aplicado na região da virilha, bastante sensível já por ser de pele fina mas, principalmente, por ser área de localização de órgãos genitais. No caso dos bovinos, o sedém passa sobre o pênis e, nos cavalos, pelo menos compromete a porção mais anterior do prepúcio.


O médico veterinário Dr. C.G. Haber, que passou 30 anos como inspetor federal de carne, trabalhou em matadouros e viu vários animais descartados de rodeios sendo vendidos para abate. Ele descreveu os animais como “tão machucados que as únicas áreas em que a pele estava ligada à carne eram cabeça, pescoço, pernas e abdome. Eu vi animais com 6 a 8 costelas quebradas à partir da coluna, muitas vezes perfurando os pulmões. Eu vi de 2 a 3 galões de sangue livre acumulado sobre a pele solta. Estes ferimentos são resultado dos animais serem laçados nos torneios de laçar novilhos ou quando são montados através de pulos nas luta de bezerros.” (Human Society of the United States, interview with C.G. Haber, DVM - Rossburg, Ohio).

Independente do material utilizado no sedém (ainda que macio), este continua causando dor e sofrimento ao animal, pois comprime a área de pele fina onde se localiza o seu órgão genital, apertando parte de seus intestinos e de seu prepúcio, fazendo com que corcoveie e pule para se livrar do instrumento, da mesma maneira que faz quando utilizado o sedém áspero
.
Quanto à ordinária afirmação dos promotores de rodeio, de que precisam tratar seus animais bem para que eles sejam saudáveis e possam ser usados, esta afirmativa é bem desmentida por uma declaração do Dr. T.K. Hardy, um veterinário e que fora laçador de bezerros em rodeios, feita à revista Newsweek: “Eu mantenho 30 cabeças de gado para prática, a U$200 por cabeça.

Você pode aleijar três ou quatro numa tarde… É um hobby bem caro.” (Rodeo: American Tragedy or Legalized Cruelty? The Animals Agenda).


Também é comum que bezerros fiquem paralíticos devido à lesão de coluna vertebral ou nas suas traquéias, que ficam parcialmente ou totalmente obstruídas e lesionadas. (Dr. E.J. Finocchio, DVM, Letter to Rhode Island State Legislature. Feb. 28, 1989). Bezerros também são usados apenas em um rodeio antes de voltarem ao rancho ou serem sacrificados devido aos graves ferimentos que sofrem. (Rodeo Critics Call It “Legalized Cruelty”, San Francisco Chronicle)

Com os cavalos dos rodeios não é diferente. Eles geralmente desenvolvem problemas de coluna devido aos repetidos golpes e quedas que sofrem. Devido ao fato de cavalos não ficarem normalmente pulando para cima e para baixo, existe também o risco de lesões nas patas quando o tendão se rompe. Fraturas são comuns e os animais relincham de evidente dor, desespero e terrível sofrimento.


Em razão do que fora exposto em grande síntese, por ser prática cruel, abominável retrógrada, bárbara, ilegal e inconstitucional, totalmente avessa aos valores que devem nortear e sustentar a sociedade e a cultura modernas, repudia-se a prática de rodeio e atividades congêneres.

Outrossim, recomenda-se às pessoas civilizadas e conscientes dos avanços da humanidade (incluindo a compaixão e respeito pelas outras formas de vida) que aprofundem seus conhecimentos sobre o tema a fim de tentar resgatar a verdade e mostrar ao povo quais são realmente os interesses obscuros por trás dessa covarde, ignóbil e inconstitucional prática.

Certamente, a população mais informada e formada é favorável ao respeito e compaixão pelos seres vivos e adere ao movimento da ética mundial, que exige respeito e consideração para com as outras formas de vida, excluídas as práticas covardes e aéticas que utilizam animais para o “entretenimento” e a efetiva crueldade, já abolidas em vários países desenvolvidos.
Evidentemente que se pode atrair investimento e fomento ao comércio e ao turismo das cidades onde se deseja a implantação do rodeio sem o uso pusilânime e aético dos animais como isca (que sofrem calados as atrocidades covardes neles executadas). Aliás, pesquisas e estudos recentes demonstram que os jovens e o grande público não vão aos rodeios por causa das provas em que os animais são covardemente abusados, mas sim em razão dos shows e apresentações artísticas, além da oportunidade de encontro entre as pessoas (paqueras etc.).

Em razão disso, em várias cidades do mundo, os animais deixaram de participar desses eventos que, atualmente, contam com shows musicais e culturais – e sem a participação e o sofrimento dos animais, esses eventos recebem um público muito maior, já que as pessoas que enxergam e sabem o que realmente acontece com os animais passam a ir aos shows onde animais não são usados e cruelmente abusados.

Todos nós temos o direito à cultura (sustentado por valores que não atentam contra a humanidade), mas isso não legitima e nem justifica a barbaridade e a covardia de forçar os animais a terem um comportamento totalmente artificial, induzido pela violência com que o homem abusa desses seres menos inteligentes e que não conseguem se defender de tamanha ignorância e crueldade!

“Os animais foram criados pela mesma mão caridosa de Deus que nos criou… é nosso dever protegê-los e promover o seu bem-estar.”(Madre Teresa de Calcutá)





"ACHO QUE O SER HUMANO É INTELIGENTE O SUFICIENTE PARA ARRECADAR DINHEIRO PARA CAUSAS NOBRES SEM ALEIJAR BOIS E TORCER PESCOÇO DE BEZERRINHOS."

Rodrigo Andreotti Musetti é especialista e mestre em Direito, coligado à World Society for the Protection of Animals e à People for the Ethical Treatment of Animals

FONTE: http://www.odeiorodeio.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=95:rodeio-e-humanidade-uma-breve-reflexao&catid=43:artigos&Itemid=74
"Você pode aleijar três ou quatro numa tarde… É um hobby bem caro." "Você pode aleijar três ou quatro numa tarde… É um hobby bem caro." Reviewed by ASA on 22:27 Rating: 5

Um comentário

  1. Eu, simplismente odeio todo e qualquer tipo de rodeio, odeio tambem, quem patrocina e quem vai assistir......

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